quinta-feira, 10 de março de 2011

Aprendi que é importante deixar certas coisas irem embora.
Soltar, desprender-se.
Que precisamos entender que ninguém está jogando com cartas marcadas, às vezes ganhamos e às vezes perdemos.
Aprendi a não esperar nada de ninguém, a não esperar ser reconhecida pelo esforço que fiz, a não esperar que entendam o meu jeito... e que entendam o meu modo de amar.
Aprendi que encerramos ciclos, não por causa do orgulho, por incapacidade ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na nossa vida.
Aprendi a fechar a porta, mudar o cd, limpar a casa, sacudir a poeira para deixar de ser quem eu era e me transformar em quem eu sou."


(Clarice Lispector)

Será que pontuação na escrita é importante???

Um homem rico estava muito mal, agonizando.
Pediu papel e caneta.
Escreveu assim:

"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres."

Morreu antes de fazer a pontuação.
A quem deixava a fortuna?
Eram quatro concorrentes.

1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

2) A irmã chegou em seguida... Pontuou assim o escrito:
Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.

4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

Moral da história:
A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras.
Nós é que fazemos sua pontuação.

(autor desconhecido por mim)
(recebi por e-mail da minha Cunhadinha Linda Tania Vilanova)
Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada.
Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram.
Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue; outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés.
Os sentimentos são sempre uma surpresa.
Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido.
Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer.
Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...
...O de mais nada fazer...


Clarice Lispector