quinta-feira, 15 de abril de 2010

Chico Xavier - Suicídio


Certa senhora procurou o Chico com uma criança nos braços e lhe disse:
- Chico, meu filho nasceu surdo, mudo, cego e sem os dois braços. Agora está com uma doença nas pernas e os médicos querem amputar as duas para salvar a vida dele. Há uma resposta para mim no Espiritismo?
Foi com a intervenção de Emmanuel que a resposta veio?
- Chico, explique à nossa irmã que este nosso irmão em seus braços suicidou-se nas dez últimas encarnações e pediu, antes de nascer, que lhe fossem retiradas todas as possibilidades de se matar novamente.
Mas, agora que está aproximadamente com cinco anos, procura um rio, um precipício para se atirar.
Avise nossa irmã que os médicos amigos estão com a razão. As duas pernas dele vão ser amputadas, em seu próprio benefício, para que ele fique mais algum tempo na Terra, a fim de que diminua a idéia de suicídio.


(do Livro - Chico de Francisco - Adelino da Silveira)

Chico Xavier - A Mágoa


Há muitos anos o Chico possuía um cachorro, que não sei ao certo se nasceu deficiente ou foi atropelado.
Este animal lhe dava um trabalho muito grande. Madrugada adentro, quando regressava do Centro Espírita, tinha que limpar todo o quarto.
Comprava, com seu diminuto ordenado, uma coberta que não chegava a durar um mês.
Assim foi durante muito tempo.
Certo dia, quando chegou o cachorro estava morrendo.
- Parecia que ele estava me esperando. Olhou-me demoradamente de uma maneira muito terna, fez um gesto com a cauda e morreu. Enterramo-lo no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas.
Passaram-se alguns meses e uma de suas irmãs lhe disse:
- Chico, você se lembra daquele cachorro aleijado?
- Sim, como poderia esquecê-lo?
- Olha, vou lhe contar uma coisa. Ele não morreu naturalmente não. Dona Fulana tinha pena de você chegar de madrugada e ter tanto trabalho e, querendo aliviá-lo, deu a ele um veneno.
Ah! Meu Deus, não me diga uma coisa dessas.
- É verdade, Chico.
Ele não sentiu raiva pela pessoa (naquele coração, não há lugar para isso), mas uma tristeza invadiu-lhe a alma e uma sombra começou a envolver-lhe o coração.
Passados alguns dias o espírito de Emmanuel lhe disse:
Esta mágoa que você asila no coração está atrapalhando o trabalho dos Bons Espíritos. Você precisa se livrar dela.
- Não consigo esquecer, disse-lhe o Chico.
- Mas é preciso.
- Como fazer?
- Você precisa dar uma grande alegria a ela.
- Eu, dar uma alegria a ela? O ofendido fui eu!
- A receita não é minha. É de Nosso Senhor Jesus Cristo. "Fazei bem aos que vos aborrecem". Leia o Evangelho.
Obediente e resignado, Chico procurou descobrir o que a pessoa gostaria de ter e ainda não tinha.
Era uma máquina de costura.
Chico comprou, então, uma máquina de costura para pagar em longas prestações.
Quando foi visitá-la, a pessoa estava tão feliz, tão feliz e quando viu o Chico chegando, correu para ele e lhe deu um abraço com tanto amor que uma luz se desprendeu dela e envolveu o Chico da cabeça aos pés. Quando ela o soltou do abraço, a sombra havia desaparecido.
Eis aí uma receita para quem comete a imprudência de carregar a mágoa no coração.


(do Livro: Chico de Francisco - Adelino da Silveira)


OB.: EU GOSTARIA MUITO DE CONSEGUIR FAZER ISSO!!! DE TODO O MEU CORAÇÃO!!! PRECISO APRENDER!!! E VOU...

Chico Xavier - Você me chamou?


A vida de Chico foi sempre um sacrifício constante.
Os que vão procurá-lo porque sofrem não sabem o quanto ele já sofreu e continua sofrendo.
Certa vez ele nos disse: o espírita chora escondido, depois lava o rosto e vai atender a multidão sorrindo.
E foi numa dessas épocas em que o sofrimento lhe bateu mais fortemente às portas da alma que aconteceu o que narramos a seguir.
Após um dia inteiro de trabalho, quando ia se preparar para dormir suas duas ou quatro horas de sono, lhe apareceu uma figura diabólica e lhe perguntou:
- Você me chamou?
A voz era arrepiante e quando o Chico ia responder, ouviu o espírito de Emmanuel lhe dizer:
- Não diga que não.
Ficou pensando em que falar durante um minuto. E minutos em frente de uma criatura daquelas se contam por séculos, ensina o Chico.
- Você me chamou? Tornou a perguntar a criatura.
- Chamei sim senhor, respondeu o Chico.
- E o que é que você quer?
É qua a vida está tão difícil para mim atualmente que eu queria que o senhor me abençoasse em nome de Deus ou em nome das forças que o senhor crê.
O espírito olhou-o de maneira enigmática e ajuntou:
- É... Chico Xavier... com você está muito difícil.
E desapareceu.



(do Livro Chico de Francisco - Adelino da Silveira)

Chico Xavier - E continuou atendendo


17 de agosto de 1985. São aproximadamente duas horas da manhã e a fila de pessoas parece interminável. Um senhor passa pelo Chico, fala algumas palavras aos seus ouvidos, depois sai dizendo:
- Perdoe-me, Chico. Perdoe-me... Perdoe-me... Perdoe-me...
Mais algumas pessoas passam, não resisto à curiosidade e pergunto:
- Por que aquele homem lhe pedia perdão tantas vezes?
O Chico diminuiu o tom de voz e segredou-me:
- Ele disse que veio para me matar, mas não teve coragem. Trazia um revólver por dentro da blusa.
O susto e a surpresa foram tão grandes para mim que mal pude lhe perguntar:
- E o que você disse a ele?
- Seja feita a vontade de Deus.
E continuou atendendo a multidão como se nada tivesse acontecido.


(do Livro: Chico de Francisco - Adelino da Silveira)