sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

As Três Peneiras...

Olavo foi transferido de projeto.
Logo no primeiro dia, para fazer média com o novo chefe, saiu-se com esta:
- Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva.
Disseram que ele ...
Nem chegou a terminar a frase, e o chefe, aparteou:
-Espere um pouco, Olavo.
- O que vai me contar já passou pelo crivo das Três Peneiras?
- Peneiras Que Peneiras, Chefe?
- A primeira, Olavo, é a da VERDADE.
Você tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro?
- Não. Não tenho, não.
- Como posso saber?
- O que sei foi o que me contaram.
- Mas eu acho que...
E, novamente, Olavo é interrompido pelo chefe:
- Então sua história já vazou a primeira peneira.
- Vamos então para a segunda peneira que é a da BONDADE.
- O que voce vai me contar, gostaria que os outros tambem dissessem a seu respeito?
- Claro que não! Deus me livre, Chefe! Diz Olavo, assustado.
- Então...- continua o chefe - sua história vazou a segunda peneira.
- Vamos ver a terceira peneira, que é a da NECESSIDADE.
- Voce acha mesmo necessário me contar esse fato ou mesmo passá-lo adiante?
- Não chefe.
- Pensando desta forma, vi que não sobrou nada do que eu iria contar. Fala Olavo, surpreendido.
-Pois é Olavo!
Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras? Diz o chefe sorrindo e continua:
- Da próxima vez em que surgir um boato por ai, submeta-o ao crivo das Três Peneiras:

VERDADE - BONDADE - NECESSIDADE
Antes de obedecer ao impulso de passá-lo adiante, porque:
Pessoas inteligentes falam sobre idéias...
Pessoas comuns falam sobre coisas...
Pessoas mesquinhas falam sobre pessoas...
(autor desconhecido)

O Vendedor de Balões

Era uma vez um velho homem que vendia balões numa quermesse.
Evidentemente, o homem era um bom vendedor, pois deixou um balão vermelho soltar-se e elevar-se nos ares, atraindo, desse modo, uma multidão de jovens compradores de balões.
Havia ali perto um menino negro.
Estava observando o vendedor e é claro apreciando os balões.
Depois de ter soltado o balão vermelho, o homem soltou um azul, depois um amarelo e finalmente um branco.
Todos foram subindo até sumirem de vista.
O menino, de olhar atento, seguia a cada um.
Ficava imaginando mil coisas...
Mas uma coisa o aborrecia, o homem não soltava o balão preto.
Então aproximou-se do vendedor e lhe perguntou:
- Moço, se o senhor soltasse o balão preto, ele subiria tanto quanto os outros ?
O vendedor de balões sorriu compreensivamente para o menino, arrebentou a linha que prendia o balão preto e enquanto ele se elevava nos ares disse:
- Não é a cor, filho...
- É o que está dentro dele que o faz subir.

(autor desconhecido)

Voltando da Guerra

Esta história é sobre um soldado que finalmente estava voltando para casa depois de ter lutado no Vietnã.
Ele ligou para seus pais quando chegou em São Francisco:
- Mãe, Pai, eu estou voltando para casa, mas, eu tenho um favor a pedir.
- Eu tenho um amigo que gostaria de trazer comigo.
- Claro! Nós adoraríamos conhecê-lo !!!
- Há algo que vocês precisam saber - continuou o filho.
- Ele foi terrivelmente ferido na luta; pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna.
- Não tem nenhum lugar para ir e, por isso, eu quero que ele venha morar conosco.
- Eu sinto muito em ouvir isso filho, nós talvez possamos encontrar um lugar para ele morar.
- Não, eu quero que ele venha morar conosco.
- Filho, você não sabe o que está pedindo.
- Alguém com tanta dificuldade seria um grande fardo para nós.
- Nós temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver.
- Acho que você deveria voltar para casa e esquecer este rapaz.
- Ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo.
Neste momento o filho bateu o telefone.
Os pais não ouviram mais nenhuma palavra dele.
Alguns dias depois, eles receberam um telefonema da polícia de São Francisco.
O filho havia morrido, depois de ter caído de um prédio.
A polícia acreditava em suicídio.
Os pais angustiados voaram para São Francisco e foram levados para o necrotério a fim de identificar o corpo do filho.
Eles o reconheceram, mas, para o seu horror, descobriram que o filho deles tinha apenas um braço e uma perna.

(autor desconhecido)

Nota: É engraçado, acho que a maioria das pessoas teria dito o mesmo que os pais deste rapaz... Por que será que não se consegue perceber que o filho do outro tem tanta importância quanto o nosso filho? Por que o filho do outro não merece nada de nós? Por que não conseguimos nos olhar como uma grande família? Na verdade é isso que somos aqui na terra... uma grande família... Sempre esperamos que todos tratem bem nossos filhos, que os tratem com respeito, com carinho... Por que não fazemos o mesmo pelos filhos alheios? Por que não conseguimos praticar empatia??? Me sinto imensamente triste quando leio algum texto assim... pois me coloco nas duas situações, o que eu faria se fosse a mãe? E como me sentiria sendo o filho?
Os pais, nesta história são como muitos de nós.
Achamos fácil amar aqueles que são bonitos ou divertidos, mas, não gostamos das pessoas que nos incomodam ou nos fazem sentir desconfortáveis.
De preferência, ficamos longe delas e de outras que não são saudáveis, bonitas ou espertas como nós.
Precisamos aceitar as pessoas como elas são, e ajudar a todos a compreender aqueles que são diferentes de nós.
Há um milagre chamado AMIZADE, que mora em nosso coração.
Você não sabe como ele acontece ou quando surge.
Mas, você sabe que este sentimento especial aflora e percebe que a Amizade é o presente mais precioso de Deus.
Amigos nos fazem sorrir e nos encorajam para o sucesso.
Nos emprestam um ouvido, compartilham uma palavra de incentivo e estão sempre com o coração aberto...

Eu sei! Mas não deveria!!!

Eu sei que a gente se acostuma.
Mas não deveria.
A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não seja as janelas ao redor.
E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.
E porque ...não olha para fora logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas.
E porque não abre as cortinas logo se acostuma acender mais cedo a luz.
E a medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.
A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora.
A tomar café correndo porque está atrasado.
A ler jornal no ônibus porque não pode perder tempo da viagem.
A comer sanduíche porque não dá pra almoçar.
A sair do trabalho porque já é noite.
A cochilar no ônibus porque está cansado.
A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.
A gente se acostuma a abrir o jornal e ler sobre a guerra.
E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja número para os mortos.
E aceitando os números aceita não acreditar nas negociações de paz, aceita ler todo o dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir.
A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta.
A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita.
A lutar para ganhar o dinheiro com que pagar.
E a ganhar menos do que precisa.
E a fazer filas para pagar.
E a pagar mais do que as coisas valem.
E a saber que cada vez pagará mais.
E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas que se cobra.
A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes.
A abrir as revistas e ver anúncios.
A ligar a televisão e ver comerciais.
A ir ao cinema e engolir publicidade.
A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição.
As salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro.
A luz artificial de ligeiro tremor.
Ao choque que os olhos levam na luz natural.
Às bactérias da água potável.
A contaminação da água do mar.
A lenta morte dos rios.
Se acostuma a não ouvir o passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer.
Em doses pequenas, tentando não perceber, vai se afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá.
Se o cinema está cheio a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço.
Se a praia está contaminada a gente só molha os pés e sua o resto do corpo.
Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana.
E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.
A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele.
Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.
A gente se acostuma para poupar a vida que aos poucos se gasta, e de tanto acostumar, se perde de si mesmo.

(Marina Colasanti)

Nota: Por medo, por falta de coragem, por preguiça, por conformismo a gente se acostuma... é triste... mas é verdade...