quarta-feira, 1 de junho de 2011

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes , e com tal zelo , e sempre , e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir mei riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim , quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte , angústia de quem vive
Quem sabe a solidão , fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor [que tive];
Que não seja imortal , posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure .

(Vinícius de Moraes)

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